O iPhone 6 e o iPhone 6 Plus são realidade. A Apple lançou nesta terça-feira (9) novos modelos de smartphones, confirmando o que havia sido especulado nos últimos meses. Os aparelhos foram lançados por preços a partir de US$ 199, no modelo simples, e US$ 299, para o iPhone Plus, com contratos com operadoras. Eles chegam ao mercado no dia 19 de setembro, mas sem data confirmada para o Brasil. Além dos aparelhos, a companhia ainda apresentou o novo iOS 8 e o relógio Apple Watch.
iPhone 6 e iPhone 6 Plus (Foto: Divulgação/ Apple)
iPhone 6 e iPhone 6 Plus
A Apple começou o evento surpreendendo muitos que não acreditavam: o iPhone 6, que ficou maior e mais fino, ganhou uma versão com tela "gigante", chamado de iPhone 6 Plus. O modelo padrão tem tela de 4,7 polegadas, enquanto o Plus conta com uma de 5,5 - ambos têm como destaque a tela Retina em HD, com 1 e 2 milhões de pixels, respectivamente.
Os smartphones foram anunciados como os mais finos já lançados pela Apple. Além disso, os modelos possuem um processador A8 com 64 bits - desenvolvido pela própria companhia -, que consegue um desempenho 50 vezes superior ao iPhone original. Pode não significar muito, considerando que o primeiro iPhone é um ancião, mas é uma grande marca se levarmos em conta que o aparelho foi lançado há apenas 7 anos.
iPhone 6 (Foto: Reprodução/ Apple)
O novo chip tem um processamento geral 20% mais rápido que o A7, da geração anterior. Já o coprocessador dos dispositivos, o M8, é capaz de medir com ainda mais precisão os dados do acelerômetro, giroscópio e bússola do telefone. Em relação à bateria, porém, a Apple não fez grande estardalhaço. Os novos aparelhos parecem manter a capacidade do iPhone 5S, que chegava a durar no máximo um dia de uso bem moderado, e menos de 15 horas com a Internet móvel funcionando.
iPhone 6 e iPhone 6 Plus com tamanhos de tela diferentes (Foto: Divulgação/Apple)
Um outro ponto de melhoria dos novos smartphones é a tecnologia 4G. De acordo com a Apple, o LTE está mais veloz que no iPhone 5S, sendo capaz de suportar ligações pelo aplicativo Voice. Além disso, foi anunciada uma nova funcionalidade, em que as ligações poderão ser feitas via Wi-Fi quando o sinal do telefone estiver muito ruim. Pelo que pareceu no lançamento, o 4G dos novos iPhones pode ter sido padronizado em todo o mundo, acabando com o grande problema da frequência dos Estados Unidos não funcionar no Brasil.
Wi-Fi calling dos novos iPhones (Foto: Reprodução/Apple)
A câmera também foi destacada. A nova iSight, na traseira dos modelos, terá 8 megapixels, com 1.5µ pixels, ƒ/2.2 de abertura, além de um novo sensor. Pela demonstração, as fotos tiradas pelos aparelhos são realmente impressionantes, superior a qualquer outro modelo já lançado pela empresa. Além disso, com a tecnologia Focus Pixels ficou mais fácil e rápido encontrar o foco perfeito em uma fotografia.
Outra demonstração bem impressionante dos novos modelos do iPhone foi em relação à gravação de vídeos. O estabilizador de imagens Cinematic possibilita fazer filmagens de qualidade mesmo em movimento - no caso do que foi demonstrado, até pedalando uma bicicleta. A tecnologia até se assemelha ao estabilizar usado pela Nokia e pela Microsoft nos Lumia mais avançados.
Novos iPhones tem câmeras otimizadas (Foto: Reprodução/Apple)
Os aparelhos também contam com três opções de cor (cinza, prata e dourado), com diversas capinhas dos mais variados estilos, como couro ou silicone. De acordo com o CEO da Apple, Tim Cook, "esses iPhones obviamente têm telas maiores, mas mais importante que isso, eles são produtos incríveis em todos os sentidos".
Outra surpresa em relação aos novos iPhones é a chegada da tecnologia NFC, que já era carta certa na maior parte dos dispositivos top de linha das concorrentes, mas sempre foi barrada nos lançamentos da Apple. Finalmente os aparelhos poderão enviar dados, bastando uma simples aproximação entre telefones.
Novas capas do iPhone 6 e iPhone 6 Plus (Foto: Reprodução/Apple)
Desempenho em jogos
Uma engine para melhorar a performance dos jogos em 3D também foi demonstrada no evento: a Metal. Com o recurso, o aparelho consegue "aproximar" o processador dos próprios jogos, diminuindo o número de aplicativos entre eles, o que pode prejudicar o desempenho de um game. Segundo a Apple, o iPhone 6 Plus terá resolução superior aos consoles de última geração. A companhia anunciou também uma produtora de jogos que parece ter especialidade em games com a tecnologia, chamada Super Evil Megacorp.
iOS 8
Tanto o iPhone 6 quanto o Plus chegam com o novo iOS 8, cheio de novas funções. Os destaques ficaram para o teclado, que "aprende" a escrever de acordo com o histórico do dono, e ajuda o usuários a responder de acordo com seu próprio estilo. Além disso, nas mensagens de texto poderão ser incluídas mensagens de voz, vídeo e até localização.
Novo iPhone 6 e iPhone 6 Plus (Foto: Reprodução/Apple)
Além disso, o sistema operacional traz um aplicativo que ajuda a melhorar a saúde. Chamado Health, o app traz detalhes sobre o estado de saúde de seu usuário e até ajuda nos exercícios, para entrar em forma.
Apple Pay
Com o chip NFC adicionado aos smartphones, a Apple aproveitou para lançar o Pay, um serviço de pagamento muito facilitado para seus usuários. Com o Pay, é possível fazer pagamentos apenas aproximando o iPhone de maquininhas de pagamento, de forma totalmente segura, segundo os anunciantes. O serviço funciona juntamente com grandes bandeiras de cartões de crédito, e é aceito, além de em diversas lojas populares nos Estados Unidos, na própria loja da Apple e até na Disney, e está integrado ao iPhone 6 e Plus, começando a ser usado a partir de outubro.
Apple Pay permite pagar contas pelo iPhone (Foto: Reprodução/Apple)
Apple Watch
A Apple não ficou parada na corrida dos relógios inteligentes. A companhia, após especulações de anos seguidos, finalmente anunciou o Watch, seu modelo de relógio integrado com o iOS. O dispositivo chama a atenção, de cara, pela sua aparência: é impossível negar que ele seja mais estiloso que os produtos das concorrentes, embora não vá agradar a qualquer usuário.
Apple Watch é lançado pela Apple na California (Foto: Reprodução/Apple)
O aparelho tem uma precisão incrível, sincronizado com o horário mundial oficial. De acordo com Tim Cook, o aparelho não é simplesmente uma versão do iPhone com tela menor e pulseiras. O Watch traz uma roda giratória na lateral - a "digital crown" -, usada para diversas funções na interface do dispositivo - como, por exemplo, dar scroll nas mensagens ou zoom em algum mapa.
Apple Watch e tem recursos fitness (Foto: Reprodução/Apple)
O Watch conta com uma tela de safira sensível ao toque, com diversos pontos de sensibilidade, capaz de perceber os comandos com os dedos de praticamente qualquer parte da tela. O aparelho ainda traz funções muito interessantes: além de "ouvir" o que o usuários diz, o relógio ainda é capaz de perceber suas emoções, por meio da pulsação, podendo usar essas informações para melhorar ainda mais a sua experiência.
Notificações do Facebook no Apple Watch (Foto: Reprodução/Apple)
Outra função muito interessante do relógio é a sua integração com o Maps. Assim, é possível ter um mapa em "tempo real" no pulso, que acompanha cada passo do usuário, impedindo o mesmo de se perder. Ainda há integração com o Facebook, Twitter, empresas de aviação, hotéis, entre outros.
No quesito aparência, o Watch se destaca pelas diferentes pulseiras, que podem ser trocadas facilmente: aluminio e couro são alguns dos modelos disponíveis. Além disso, o aparelho está disponível em dois tamanhos diferentes, além de acabamentos variados: Apple Watch, o "padrão", Apple Watch Sport, a versão esporte do aparelho, e Apple Watch Edition, que é uma edição especial e mais requintada do dispositivo.
É possível escolher qual Apple Watch combina mais com você (Foto: Reprodução/Apple)
Em relação à interface, o relógio parece ter uma usabilidade bem interessante. Na tela inicial, o usuário pode adicionar diversos ícones de aplicativos, ao lado do relógio. Como a tela é pequena, os programas ficam agrupados juntinhos, mas podem ser aproximados com um simples toque. Assim, o funcionamento se assemelha bastante ao de um iPhone, mas com uma grande preocupação com o tamanho do aparelho.
O Watch ainda é integrado com o Siri, mesmo assistente por voz dos demais dispositivos da Apple. Assim, basta "perguntar" ao relógio sobre questões e informações, que ele responde rapidamente. No exemplo dado na demonstração, é perguntado sobre os filmes que estão em cartaz, e o aparelho mostra diversas opções. Ao tocar em uma, aparecem diversas informações muito bem distribuídas na telinha.
Novo Apple Watch (Foto: Reprodução/Apple)
A Apple ainda deu grande destaque à capacidade do relógio de "perceber" sobre o estado do usuário, como suas pulsações e localização. Assim, anunciou aplicativos não só para cuidar da saúde, mas também para ajudar nos exercícios.
A grande desvantagem do relógio talvez esteja no fato de ele só poder ser usado juntamente com um iPhone. Ou seja: engana-se quem pensa que a Apple vai querer se integrar com os usuários de outros sistemas operacionais e aparelhos. Por outro lado, ele já funcionará com o também recém-lançado Apple Pay. O aparelho chega no começo de 2015 e custará US$ 349 (cerca de R$ 850).
Coroa digital do Apple Watch (Foto: Divulgação/Apple)
Com os lançamentos, a Apple fez o que há muito tempo não acontecia: a empresa conseguiu sair por cima de seus concorrentes, pelo menos aparentemente. Os novos iPhones, ainda que "copiem" a tendência atual dos smarts gigantes, parecem ser a última palavra em tecnologia de celulares. Já o Watch chega para, talvez, transformar de vez os relógios inteligentes em uma moda entre os usuários.
Resta saber agora quando todas essas inovações vão chegar ao Brasil. E, claro, se os preços vão permitir que os brasileiros também aproveitem essa nova onda dos aparelhos da maçã.