sexta-feira, 8 de maio de 2015

Impressora 3D que cria tecido vivo pode acabar com testes em animais

Os famigerados testes em animais podem estar com os dias contados, no que depender da invenção da BioBots. A startup de biotecnologia acaba de apresentar uma nova impressora 3D que recria tecido vivo e órgãos humanos em miniatura. Atualmente, a técnica está sendo usada em testes de medicamentos e tem apresentado melhor desempenho que nos animais, de acordo com os desenvolvedores.
Impressora 3D cria tecido vivo e órgãos humanos em miniatura (Foto: Divulgação/BioBots)Impressora 3D cria tecido vivo e órgãos humanos em miniatura.
Em vez de plástico, a impressora 3D da BioBots usa uma tinta especial que pode ser combinada com biomateriais e células vivas para construir tecido vivo. A tinta conta com um composto foto-inicializador que, quando ativado pela luz azul emitida pela impressora, consegue recuperar estruturas biomateriais.
O dispositivo foi demonstrado no palco do TechCrunch Disrupt NY, onde imprimiu uma réplica da orelha de Van Gogh. Apesar de conseguir reproduzir órgãos inteiros, a aplicação não visa a transplantes ou reposição, pelo menos por enquanto. O potencial no curto prazo é ajudar a fomentar terapias personalizadas para tratamento de doenças.
“Podemos tirar células diretamente do paciente e construir tecidos 3D especificamente para esse paciente, e testar diferentes tratamentos, rotinas diferentes de medicamentos e de terapia individualizada para a doença específica do paciente”, explicou Danny Cabrera, um dos fundadores da BioBots.
Modelo de tecido vivo criado com impressora 3D (Foto: Reprodução/TechCrunch)Modelo de tecido vivo criado com impressora 3D.
A biofabricação, como é chamado o processo de construção artificial de tecidos vivos, não foi inventada agora. A tecnologia existe há mais de dez anos, mas as impressoras existentes até agora ocupam salas inteiras e são muito caras, com preços entre US$ 100 mil e US$ 500 mil (valores entre R$ 300 mil e R$ 1,5 milhão, pela cotação atual da moeda americana).
O que o dispositivo da BioBots fez foi tornar tudo mais barato. Os primeiros modelos começarão a ser vendidos nos próximos meses, por US$ 5 mil (cerca de R$ 15 mil). A quantia, porém, é para os pesquisadores que estão ajudando no desenvolvimento da impressora.
O preço para o grande público não foi anunciado, mas Cabrera afirma que o aparelho já está pronto para ser empregado na indústria farmacêutica. O primeiro kit de tinta, por sua vez, foi lançado em versão beta com preço de US$ 700 (cerca de R$ 2,1 mil).

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